Leia agora a vigésima terceira entrevista da série onde estamos conversando com profissionais da área de Geoprocessamento que atuam em diferentes regiões do Brasil e do mundo! Eles estão relatando um pouco sobre sua própria história no mercado, comentando sua visão sobre o cenário das Geotecnologias onde vivem, e algo mais. O entrevistado da vez é Jefe Rodolfo, personalidade de destaque na crescente área de Drones ou Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT).
Jefe Rodolfo Pereira da Silva, Programador de Computadores (1986), Analista de Sistemas (1992), Gestor Ambiental (2007), Diretor de Tecnologia da CONSIS (2003). Atualmente exercendo atividades nas áreas de monitoramento agrícola e ambiental, capacitação na operação e geração de imagens com VANTs e desenvolvimento de sistemas de informações geográficas para diversas áreas.
1. Há quanto tempo você trabalha com Geotecnologias e como foi seu primeiro contato com esta área tão empolgante?
Iniciei na área de Geotecnologias em 1998, participando da primeira empresa de Geoinformação no Mato Grosso do Sul.
2. Você fez algum curso na área de Geoprocessamento?
Meus conhecimentos na área de Geotecnologias foram adquiridos a medida em que desenvolvia sistemas que integravam mapas com banco de dados. A necessidade de compreender como os mapas eram armazenados, seus formatos, projeções cartográficas, acabou me obrigando, por assim dizer, a estudar profundamente os métodos.
No início havia pouca documentação disponível, principalmente na língua portuguesa, então, o caminho foi me dedicar a pesquisa independente e, dessa forma, adquirir o conhecimento necessário para a implementação dos projetos.
3. Qual sua visão sobre o cenário atual das Geotecnologias no Brasil? Considera que há boas perspectivas para os profissionais?
De maneira geral o Brasil ainda engatinha na Geotecnologia aplicada, o que favorece novas iniciativas em busca de oportunidades no setor.
As áreas de formação e capacitação profissional podem ser expandidas de maneira imensurável, uma vez que, na minha opinião, no futuro próximo, todos os sistemas de informações serão baseados em componentes geoespaciais, uma vez que se aplica em todas as áreas, desde o geomarketing até a implantação de projetos de engenharia. Enfim, as perspectivas são as melhores para os profissionais capacitados e com perfil empreendedor.
4. E no Mato Grosso do Sul (MS)? Como você vê a área de Geotecnologias em seu estado?
No MS existem bons projetos que utilizam Geoprocessamento. Muitas prefeituras já adotaram sistemas geográficos para diversas finalidades, tais como: IPTU, planejamento urbano, saúde, educação, trânsito, entre outras. Poderia haver um maior número de atividades Geotecnologias, se a ações fossem menos politizadas, mas o tempo estabelece novos rumos para todas as coisas.
Os novos gestores, de várias áreas, estarão a frente de instituições, as quais comandarão de maneira “geoconsciente” e muitas portas se abrirão.
5. O que você acha que seja fundamental para que um profissional consiga um bom espaço no mercado de trabalho em Geoinformação?
Com o avanço das novas tecnologias, que bate em nossas portas quase que diariamente, o fundamental para um profissional conseguir bom espaço no mercado é: GOSTAR DE ESTUDAR!
Essa descrição é que molda o perfil do profissional criativo e visionário, para o qual não haverá limites, nem impedimentos. A luta é mais suave quanto se está preparado.
6. Com quais softwares para Geoprocessamento você já trabalhou desde o início de sua carreira até hoje (comerciais e livres)?
Tenho experiência com: Maptitude, MapInfo, MapObjects, ArcGIS, ArcObjects, AlovMAP, MapServer, GeoServer, OpenLayers, QGIS, GVSIG, Kosmo, Saga, Orpheu, CartoView, I3Geo, GeoMoose, GMAP, Pmapper, Fusion, Ka-Map, Chameleon, entre outros.
7. O que você diria sobre as potencialidades do uso de softwares livres para Geoprocessamento?
Acompanho há muitos anos o desenvolvimento dos softwares livres e, a cada dia, me surpreende as novas funcionalidades e capacidade de processamento.
O comprometimento das pessoas envolvidas no desenvolvimento não fica em nada à dever para as grandes empresas de tecnologias proprietárias. Respeitando as diferenças de layout, métodos de gerenciamento de dados, até o momento não encontrei qualquer limitação para o uso dos softwares livres.
8. Você tem sido reconhecido como uma das grandes autoridades do Brasil quando o assunto é Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) e Drones. Pode nos falar um pouco de seu trabalho no dia-a-dia neste contexto?
Sou um profissional que gosta de acompanhar as inovações e não meço esforços para aprender tudo o que chega ao meu conhecimento. Há 1 ano atrás descobri os VANTs e percebi que haveria muitas oportunidades para a utilização desses equipamentos, em diversas áreas.
A partir daí iniciei minhas pesquisas sobre os modelos disponíveis, seus preços, modos de operação, questões legais e senti muita dificuldade para empreender nessa área devido ao alto custo dos equipamentos. A persistência da nossa pesquisa cada vez mais foi revelando que o mito “ter um VANT” estava por cair.
Em poucos meses descobri inúmeros equipamentos de baixo custo, além de software livre para a operação, e fui construindo o melhor dos mundos. Comprei um modelo de VANT, aprendi a usá-lo e tomei a iniciativa de levar isso à público através de palestras e cursos. Uma boa solução deve ser compartilhada para que surjam novas oportunidades de negócios nos seus diversos formatos. Os VANTs farão uma revolução na Geotecnologia aplicada.
Continuo minhas pesquisas e, agora com um pouco mais de conhecimento sobre o assunto, quero empreender do desenvolvimento de um modelo com a marca da nossa empresa (CONSIS). Isso já está sendo feito e, a curto prazo, estarei apresentando ao mercado.
9. Gostaria de fazer algum comentário adicional sobre o tema de nossa entrevista?
Quero agradecer a oportunidade e me colocar a disposição de todos que tenham interesse em aprender, ou acompanhar, as inovações na área de Geoinformação.
Queremos agradecer ao Jefe Rodolfo por nos conceder esta entrevista que certamente agregou valor ao conteúdo de nosso site, em especial nesta série de entrevistas.
O que vocês acharam desta postagem? Já conheciam o trabalho desenvolvido por esta relevante profissional da área de Geotecnologias? Deixem seus comentários.